Na
Doutrina sempre lidamos com esses três conceitos, que na verdade são distintos,
mas impossíveis de existirem isoladamente, isso em se tratando de aspectos
espirituais. Sabemos que a lei da atração ocorre entre afins e que, obviamente,
os afins se atraem. Encontramo-nos, todos nós, de certa forma enclausurados
neste planeta, ainda escola, para podermos melhorar nossa consciência e nos
tornarmos seres capazes de sermos desejados nos planos mais superiores da
existência que vicejam nos mundos de maior evolução.
Interessante
é que, como essência ou espírito, ou mesmo parcela da Força, nós habitamos
mundos de ordem superior. Mas só a eles vamos, só neles conseguimos penetrar
quando inconscientes, pois só os alcançamos quando, cá na Terra estamos a
dormir. E essa condição de “inconsciência” podemos observar que, se de um lado
nos permite refazer-nos de nossos desgastes anímicos por outro lado nos impede
de interagir, com maior grau de intensidade, com a atmosfera fluídica daqueles
planetas a que estamos atidos por estreita ligação de afinidade e atração.
Todos sabemos a propensão ao erro que existe em alguém que não traz,
desenvolvida em si, a devida capacidade de uma interação correta com um
ambiente com o qual pretenda relacionar-se.
Então,
já podemos observar que, mesmo pertencente a um determinado patamar evolutivo,
deste ficamos alijados de uma maior convivência. Se atentarmos para o fato de
como os planetas evoluem vamos entender o que realmente se passa. Quando por exemplo
um estagiário ou profissional trainee ascende ao posto desejado, ou seja,
avança mais um degrau na empresa, ele deixa de executar determinadas funções
que irão ser desenvolvidas por outro profissional em início de carreira.
Se
repararmos bem os mundos assim também o são e ao evoluírem expurgam de si as
categorias espirituais de menor desenvolvimento e concomitantemente atraem para
si categorias espirituais de maior evolução, deixando de executar tarefas
simples e agregando o desenvolvimento de tarefas complexas. Por isso,
poder-se-ia afirmar que, aqueles espíritos que estagiam nos mundos Densos, por
exemplo, reencarnam com projetos de vida, na Terra ou em qualquer outro planeta
escola, estipulados para desenvolverem ações de suma importância no universo e
em suas trajetórias evolutivas, mas que já, por força da necessária evolução,
não podem mais serem levadas a efeito naquele mundo Denso que passa então a
servir de mundo de estágio àqueles espíritos que reencarnam nos mundos escolas.
Devemos lembrar que o primeiro mundo hierarquicamente acima do tipo escola é o
Denso de onde partem para reencarnar espíritos da 1ª à 5ª classe. E os mundos
Densos nada mais são do que planetas escola que evoluíram e que, portanto, já
não mais comportam seres de tal ordem devido ao progresso intelectual e
tecnológico. Então, também podemos dizer que, os espíritos da 1ª à 5ª classe
são “banidos” dos mundos Densos e passam a ter que desenvolver suas atividades
nos mundos escolas preparando o terreno para a chegada dos espíritos mais
evoluídos numa nova fase da história do planeta em que irão reencarnar. Ou
seja, não existe “afinidade consciente” entre o mundo de estágio Denso e os
espíritos das primeiras cinco classes que ali vão se retemperar durante o seu
sono. Mas o corpo astral desses espíritos é feito com a matéria fluídica do
mundo Denso e, portanto, sua densidade corresponde a da atmosfera deste planeta
e é o tipo de matéria fluídica que estes espíritos necessitam, pois com suas
vibrações densas somente um fluido denso conseguem manejar.
Como
vemos a atmosfera psíquica dos mundos Densos consegue fornecer um fluido
adequado aos reencarnantes das primeiras classes. E, de acordo com o
Racionalismo Cristão, cada espírito tem em seu mundo de estágio sua esteira
fluídica. E esta esteira tem a mesma vibração do espírito e constitui-se do
mesmo fluido presente na atmosfera psíquica do mundo de estágio. Então
poder-se-ia afirmar que esta esteira fluídica, que tem uma vibração afim com o
espírito que está reencarnado é em suma a bússola, ou um emissor de sinal, para
que o espírito, através da sincronização deste com sua vibração, possa viajar a
enorme distância entre seu mundo de reencarne e seu mundo de estágio durante a
atividade exercida pelo espírito na ausência da vigília. Ou seja, despido de
atenções voltadas para o campo material, o espírito reencontra sua vibração
natural que é condizente a de sua esteira fluídica e que corresponde na sua
base vibracional à atmosfera fluídica ou psíquica do planeta ao qual o espírito
está ligado.
Vimos
que o espírito se torna capaz de viajar longinquamente, mas existe uma condição
para isso: e esta é a de que sua vibração deve estar normal ou, a mais
tranquila possível, pois qualquer alteração faz com que não haja identidade
entre a vibração da sua esteira e o espírito, e, por conseguinte não ocorrerá
então o desejado efeito da lei de atração. Por isso se diz que um dia vivido em
ambientes que conseguem perturbar a alma fazem seu mal, deixam seus vestígios,
e um deles é o de não permitirem, através da mutilação da vibração normal e
particular, o deslocamento, tão necessário, do espírito ao seu mundo de
estágio. Outra observação é de que, existindo essa afinidade e consequente
atração a parte atraída é sempre o espírito, pois a esteira fluídica é fixa no
mundo de estágio.
Claro
fica que as condições descritas aqui para a relação do espírito com seu mundo
Denso são similares às de qualquer espírito com seu mundo de estágio enquanto
encarnado estiver. Ou seja, podemos dizer então que a vibração do espírito
encarnado sempre será, ou deverá ser diferente da vibração que vivifique a
atmosfera do planeta em que vive, pois isso irá permitir que, durante o sono,
se evole com facilidade ao seu originário plano astral. E, outra coisa é que,
realmente cada espírito tem sua vibração particular o que, portanto, torna
inconfundível também o caminho que ele toma para deslocar-se do mundo em que
vive para o seu mundo de estágio, mostrando-nos que as vibrações se
interseccionam, mas não se confundem quando não se relacionam.
Se
fizermos uma analogia com o desencarne veremos que também cabem às observações
desenvolvidas acima, pois, livre do corpo físico o espírito deveria recobrar
sua natural vibração, pertencente ao mundo de estágio que for, e naturalmente
sair da atmosfera da Terra. Se isso não ocorre é por culpa do espírito que,
perturbado pelo desenlace carnal não consegue recuperar o equilíbrio, havendo
necessidade da interferência do Astral superior para que o seu espírito, ao
recuperar a nitidez mental equacione o retorno à sua natural vibração e consiga
se libertar do fugaz e perturbador entrelace com o astral inferior.
Vibração,
atração e afinidade
Por
Carlos Alberto Yates