Segundo a obra básica, Racionalismo
Cristão, capítulo V ("O Espírito") temos: "São os movimentos
irradiados de um núcleo de força, que é o espírito (partícula), no oceano de
uma essência idêntica, que é o Todo, assinalando o poder atrativo que faz com
que atributos deste Todo convirjam para o núcleo, desenvolvendo-o e dando-lhe
maior potencialidade".
Para desenvolver estes atributos,
que são aperfeiçoamentos (ou como diria Antônio Pinheiro Guedes,
transmutabilidades) das incipientes propriedades que trouxe desde o
"nascer", a partícula exerce as diversas funções no engendramento e
funcionamento dos vários corpos que a inteligência universal projetou e
disponibiliza na forma de programação astral, sendo naturalmente cada modelo
adequadamente destinado à ação de uma força mais ou menos evoluída, conforme a
capacidade de gerenciamento desta, de uma maior ou menor complexidade de
funcionamento e de compleição física destinada àquele corpo material delineado
na matriz (que acredito ser matemática) do corpo astral.
E se não fosse a capacidade de
percepção do meio, composto de fenômenos totalmente protagonizados por outras
forças, impossibilitada estaria a interatividade, base da troca, condição fundamental
para o aprendizado, sustentador da função evolutiva.
Como a partícula
trabalhará sempre em conjunto, desde seu aparecimento ao ser usada para
estruturar o universo material, será a comunicação entre elas algo de
primordial necessidade, desde então até a eternidade.
Passando esta
propriedade, conforme colocado acima, pelos inevitáveis progressos. Indico aqui
a leitura do artigo de autoria de Valdir Aguilera denominado "As vibrações da força", à disposição na Gazeta do Racionalismo Cristão, que irá
facilitar o que neste texto pretendo colocar.
Inferimos daí que desde a sua
aparição no átomo a partícula vem usando este processo para evoluir e o Todo
usando este processo para torná-la útil. Como? Exatamente valendo-se da
possibilidade de comunicação entre forças, inclusive naturalmente da
inteligência Universal para com suas partículas, vindo esta aparelhada
estruturalmente com as funções básicas que mais tarde irão se desdobrar, apenas
desenvolvendo-as e revelando quando pela vivência nos diversos aspectos de
diferentes corpos que animará (vide livro Ciência espírita), desenvolvendo
paulatinamente, aí sim, seus atributos através do aperfeiçoamento das suas
embrionárias funções de comunicação, inclusive que culminarão bem mais tarde,
com a sua ascenção ao status de espírito, isto devido ao fato de que, conforme
sua relação com o meio ambiente, de maior ou menor grau de liberdade, vai a
partícula encontrando necessidade de desenvolvimento e campo de aplicação de
seus atributos (vide livro Ciência espírita).
Pois que tudo se desenvolverá a
partir de atividades programadas e iniciadas sua execução por hierarquias
superiores, cuja ordem de trabalho atinge, obviamente, até a última partícula
presente no último escalão, necessário a consecução da atividade. Um átomo
estará invariavelmente atido à ordem maior que regerá a molécula (que
obviamente estará atida a outra ordem... e assim sucessivamente).
Desta ordem
(hierarquicamente superior à ele) vêm vibrações que o coordenam (no processo
aglutinador/desaglutinador), e quando à elas se submete, isto só é possível
pelas ondas de informação, que perfazem o meio em que se insere(m) a(s)
partícula(s) que obedece. Pode-se falar, então, que atributos desenvolvidos,
que são as informações (ordens) mais inteligentes, pois de hierarquia superior,
ao convergirem para um núcleo de força (partícula), agregam à este
conhecimentos que enriquecem a sua capacidade, tornando-o apto às novas
atividades. Neste exemplo podemos dizer que o Todo, que estava presente para a
partícula comandada (A), é a ordem vibrátil vinda da partícula que comanda (B),
no momento, sendo que sua vibração predomina no universo das suas comandadas.
Seguindo nesta linha de encadeamento de ações para determinado fim (sinergia)
podemos dizer que a partícula que comanda (B) está imersa em outro universo,
mais complexo e amplo, que ordena, talvez, várias delas também e que tem
supremacia evolutiva e portanto coordenativa por mais conhecimento lógico
adquirido. Este então é o Todo onde se insere(m) a(s) partícula(s) (B) que
coordena(m) aquela primeira (A). Podemos ir daqui ao infinito, e será sempre
assim, ou seja um universo mais acanhado englobado por outro mais amplo dentro
de outro, repetindo-se esta hierarquização infinitamente.
E os atributos acorrem à partícula
vindo de sua hierarquia coordenativa mais próxima, pois que é a que consegue
interagir consigo devido à pequena diferença existente entre os conhecimentos
(experiências), pois que a natureza não dá saltos e o aprendizado é lento. Só
lembrando aqui Pinheiro Guedes ao falar nas oficinas do Universo onde diz que a
mais ínfima é a que tem uma especialidade e mais evoluída encerra todas as
especialidades. Esta última é o Todo e dele vêm, através das hierarquias até o
primeiro nível, conhecimentos (atributos) infimamente utilizados ali nesta e
que serão tão desenvolvidos quanto mais próximo do Todo estiver a capacidade da
partícula.
É claro que podemos colocar como
correto que toda esta manifestação de vida, trabalho, e aprendizagem, só é
possível pela comunicação entre partículas de iguais/diferentes níveis
evolutivos, que absorvem os conhecimentos que a elas chegam, em forma de ondas
ordenativas, às quais se sujeitam, por entendê-las e serem hierarquicamente
inferiores, dando vazão ao predomínio lógico à que fazem jus as mais evoluídas. Portanto todo o conhecimento está disposto no Universo em sucessivas camadas, e
a captação deste é feita quando se entra em contato com o mesmo, através da
necessidade da prestação de uma atividade, cuja utilização da técnica para o
mais perfeitamente realizá-la envolve logicamente a necessidade do seu
aprendizado para correta aplicação.
E este conhecimento nos é passado
exatamente por quem tem, dele, conhecimento, ou seja, alguém (partícula)
possuidor de um grau evolutivo um pouco acima do nosso. Esta é a maneira única
de se fazer progresso, ou seja, o conhecimento vem de cima para baixo e o
aprendizado de baixo para cima, quer sejamos um átomo ou um espírito Superior,
e que o Todo também (necessariamente, já se vê) se apresentará fragmentado
(hierarquizado), parcelado.
Este nos passará então os
conhecimentos conforme a nossa capacidade de desenvoltura nas atividades do
nível inferior imediato, facultando-nos então, através da inata capacidade de
comunicação a utilização de uma outra, ou seja, da capacidade de absorção de
conhecimentos e posterior desenvolvimento (via processamento lógico) de
condições necessárias para paulatinamente abranger a Capacidade Total.
Como dito, todo este processo se
utiliza da comunicação entre partículas, ou seja sua capacidade de
receber/enviar ondas. Vemos portanto que a capacidade de comunicação entre
forças de iguais/diferentes categorias precede, acompanha e transpõe a condição
de espírito encarnado. Transforma-se esta condição, no espírito encarnado, nos
vários sentidos e mediunidades, separando-se assim a vida de relação material
da vida de relação espiritual ficando o encarnado com sua atenção
necessariamente voltada para ao plano material, mas sem nenhuma possibilidade
de extinguir a sua capacidade, mais ou menos aflorada (e inata enquanto
partícula), de comunicação com o plano espiritual seja inferior ou Superior.
É este método de interatividade
entre forças que, na condição de espírito encarnado, mostra-se subdividido em
sua atuação, pois toda e qualquer atividade externa ao espírito é pertencente à
sua vida de relação. Uma parte coordena a vida vegetativa ao comandar as
células etc., outra parte a vida de relação, como é conhecida, ao colher
impressões dos sentidos, outra parte por assim dizer é voltada as
"mediunidades" tal como as conhecemos: a intuitiva, a de incorporação
etc. Então estas mediunidades são na verdade a capacidade da partícula de
expressar-se e receber impressões de outras, que ao longo dos tempos se
aperfeiçoou nos diversos corpos que incitou. Vemos que a capacidade de receber
e enviar ondas aprimorou-se até o ponto da emissão da vibração racional
(pensamento), sendo algo que lhe serviu (e ao todo também, obviamente) desde a
sua incursão no átomo quando esta mesma capacidade era uma incipiente
receptora/emissora, interagindo com ondas mais simples coordenativas de uma
molécula.
Quando atinge a condição de espírito
este já entra em contato com um novo universo muito mais amplo, composto, além
daquilo que já aprendeu, de moral e intelectualidade, e então novos desafios o
farão utilizar-se, do que até aqui aprendeu, com novo significado, ou seja
vibrando seu espírito no sentido de alcançar cada vez mais o aperfeiçoamento
moral/intelectual, novamente atraindo, agora com sua vontade e raciocínio, os
atributos presentes no Universo, latentes e incompletos em si espírito, e
fortes e completos no Todo, agora de cabal necessidade ao seu progresso neste
novo universo composto de diretrizes espirituais.
E estes atributos são todos concernentes
à um bom desempenho da sua vida de relação, nova ordem de fenômenos no qual se
embrenhará para se tornar capaz de, ao se relacionar, desenvolver um alto grau
de consciência individual, necessária para um cada vez maior avanço no captar e
desenvolver outros tantos atributos à sua disposição no interminável jornardear
evolutivo, que sempre irá obedecer a mesma mecânica de necessidade de
conhecimento, aprendizado, e ação dentro dele, para integrá-lo à si, dando
vazão ao mesmo processo utilizado lá atrás, só que com elementos mais simples,
desde quando recém desprendido da força mater. E se naqueles longínquos tempos
a ascensão de categoria era feita por um processo mais mecânico, de
aproveitamento aleatório, já nesta nova condição este depende unicamente do
esforço envidado na direção do objetivo correto, não sendo pois este progresso,
linear, pois é dependente agora de livre-arbítrio, que lhe dá total liberdade,
conferida para exatamente o ser escolher, a bel prazer, ligar-se ou não à
vibrações de progresso, atraí-las e evoluir.
E esta condição inata de
relacionar-se com o todo, é exercida, entendendo-se aqui que a comunicação
coordenativa ocorre na direção sempre de uma partícula mais evoluída para uma
menos evoluída, também, para que a ação seja sempre desenvolvida sob a
coordenação de um conjunto de idéias que perfaçam em suma um objetivo,
obedecendo à leis e dando à construção/desconstrução uma finalidade racional,
com o qual muitas vezes não atina a partícula menos evoluída ao desconhecer sua
necessária validade.
Esta condição apresenta-se desde o
átomo, que aloca sua capacidade à ação coordenativa expressa na onda de
comunicação vinda daquela força que gerencia, por exemplo, a molécula. Não
existe escravização, uma vez que a força menos evoluída está prestando serviço
à outra que, via interação das magnetizações da vibração das capacidades das
forças envolvidas está repassando conhecimentos à sua(s) inferior(es)
hierárquica(s). Vale dizer que as partículas coordenadas não se anulam e sim
exercem plenamente, sempre, seus atributos até então adquiridos, apenas
recebendo da hierarquia imediatamente superior uma ordem que ao ser absorvida,
pois é superior e dirigida à si, se impõe pela lógica e conseqüente poder que
esta lhe confere, tendo o justo dever de fazer com que o poder menor da
comandada aja agora em novo e determinado sentido. Ou seja esta relação dá ao
ser de menor evolução, sentido, utilidade, função elevada ao colocá-lo como
partícipe nas atividades de maior ou menor elevação que perfazem as inumeráveis
manifestações de vida, quer no vasto mas limitado âmbito material ou na
incomensurável amplitude do Universo espiritual.
Portando a partícula ao longo de sua
vida primeiramente atua numa faixa evolutiva onde a recepção/emissão de
"ordens" não requer intelecção, sendo vibrações mais simples e de
rápida absorção por aquelas que sustentam a vida em seus primeiros patamares de
manifestação na matéria, conformando-a a partir da relação de níveis
atômicos/moleculares. Já muito mais adiante no patamar de espírito estas
condições, como vimos anteriormente, mudam, e para aceitar uma ordem como algo
possível/necessário de ser feito por si, deverão os objetivos/condições da ação
proposta sofrerem o crivo do seu conjunto de conhecimentos. Sempre nesta
relação de cumprimento de deveres que passa de partícula para partícula, há no
acoplamento de atributos, uma introjeção daqueles de maior complexidade da
primeira na comandada, cuja capacidade é menor, mas desta necessita a mais
evoluída utilizar-se naquela atividade em determinado espaço de tempo.
Necessária é esta interação para dar vazão à obediência à uma intenção que se
insere nas leis que regem o Universo, e que utiliza este sinergismo de ações,
através do qual quem comanda consegue a consecução de tarefas em um nível mais
inferior onde já, por merecimento de situar-se em maior status evolutivo, não
atua mais.
Esta relação entre partículas de diferentes graus de evolução
confere como visto, uma extensão de poder às duas. A menos evoluída ganha um
reordenamento de suas capacidades para executar funções até então
desconhecidas, ou seja evolui com estas atividades. A mais evoluída obtém através
deste compartilhamento a capacidade de minuciar a ação tendo alguém que,
induzido, leve a ordem a realizar-se no seu nível mais ínfimo ou cada vez mais
perto dele. Poderíamos dizer que a grande vantagem é da força de menor evolução
pois ganha a impregnação de um conhecimento, necessidade de óbvia satisfação
para evoluir. Para encerrar vamos colocar aqui que uma das funções do reino
vegetal é treinar elementos vindos inclusive do reino mineral, de presença
predominante na constituição de qualquer corpo biológico, e que o reino animal
que o sucede é também usado para treinar, através de um diferenciado processo
metabólico, elementos que, vindos de atuação em uma ordem evolutiva inferior
(no caso vegetais) estão já em condições de incursionarem constitutivamente
numa ordem de maior evolução, obedecendo ao influxos coordenativos moleculares
da célula animal, mais evoluída, portanto mais complexa que a célula vegetal.
O que quis colocar aqui é a idéia de
que a partícula evolui sempre trabalhando e aprendendo. É como se fosse um
aprendiz que entra em uma grande indústria e começa pela função mais simples
possível, e que depois de muito tempo, desenvolvendo atividades em todos os
setores desta e claro com cursos de especialização, chega ao cargo máximo
daquela fábrica, ou seja ele agora tem condições de comandar pessoas na
execução de tarefas nas quais desempenhou a sua válida função, e comanda-as com
todo conhecimento de causa, lógico que indiretamente, pois delega funções aos
seus competentes inferiores hierárquicos, que devem reportar-se à ele, pois o
mesmo agora é o cabeça das ações, e todo e qualquer ato dentro do
"corpo" da empresa tem sua diretriz atida à coordenação das idéias do
seu comandante maior. Podemos fazer analogia com a evolução da força presente
no átomo até tornar-se um espírito capaz de comandar um corpo físico, o que faz
com muita propriedade, ao seguir um processo de desenvolvimento e capacitação
na trilha de um caminho aqui apresentado para esta evolução.
Podemos finalizar ratificando que todas
as capacidades que a partícula apresenta, em qualquer grau evolutivo, que a
levem a relacionar-se com o meio, seja este material ou espiritual, são frutos
das modificações da projeção da sua inata condição de comunicar-se, o que em
suma sabemos que caracteriza unicamente aquilo que tem vida. E se olharmos não
só para a terra, mas também para o Universo com este conceito é mais do que
certo que vamos percebê-lo todo vivo. Pois pode não haver num corpo mineral, um
bloco de granito por exemplo, vida para nós, mas agora sabemos que ele é
composto de uma porção muito grande de partículas que ainda não têm capacidade
de trocar impressões conosco, porque já estamos num patamar evolutivo muito
alto, mas que ali, dentro daquele bloco de pedra, aquelas forcinhas involuidas
estão numa grande convivência, ligadas umas às outras aprendendo, trocando
informações através das ligações químicas, com a devida intersecção de
elétrons, e trabalhando ao constituírem o aspecto material de um planeta no
Universo.
São de ínfima evolução, mas já servem à altos ideais, o que configura
aquilo que colocamos neste texto, ou seja que é a capacidade de comunicação,
devidamente fracionada, entre todos os níveis de evolução da força que torna a
vida exeqüível. Sendo que naturalmente o entendimento das informações se dá em
um nível (hierarquia) de atuação muito próximo, tendo que ser pois,
gradativamente simplificada a introjeção em cada passo adentrado pela
informação em níveis de inferior escalão evolutivo.
Mecânica do desenvolvimento
Por Carlos Alberto Aires Yates
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