Este é o título do excelente livro de autoria de
Arthur Koestler sobre a história de como os cinco maiores nomes, pioneiros na
astronomia, conseguiram mudar, num período de cerca de 200 anos, a visão do
cosmos que se tinha até então.
Remontamos até 1473 ano em que nasce Nicolau Copérnico.
Até aqui havia a ideia de que os astros se movimentavam em círculos perfeitos
na abóbada celeste em virtude de sua “natureza perfeita” pois no céu mãos invisíveis
de 55 anjos eram obrigadas a conservar o movimento circular constante das
esferas planetárias conhecidas. Para o espírito moderno o fato mais notável da
ciência medieval é que ela ignora números, peso, comprimento, velocidade,
duração e quantidade pois até aqui se guiava por algumas concepções de
Aristóteles o qual havia divorciado a ciência da matemática, em contrapartida
aos pitagóricos que procediam mediante a observação e a medição.
Os
aristotélicos, pelo método do raciocínio apriorístico utilizavam um estranho
sistema de física derivado de noções e não de fatos. Era correta na época a
teoria de que a Terra era o centro do universo e onde tudo que acontecia na
esfera sublunar era causado e governado pelos movimentos das esferas celestes.
Este dogma serviu de base lógica aos defensores da astrologia, tanto na idade
média quanto na antiguidade.
Nicolau Copérnico, cônego, adiou a publicação de seu
trabalho, “Sobre as Revoluções das Esferas Celestes”, por 30 anos.
O primeiro
exemplar lhe chegou às mãos, vindo dos impressores, apenas algumas horas antes
da sua desencarnação, que ocorreu na catedral de Frauenburg na Prússia
Oriental, no limiar da cristandade civilizada. Vivera por 30 anos ali, um lugar
severo e proibitivo, mas que além de uma visão do mar Báltico lhe proporcionava
também uma bela visão dos astros à noite.
Entre outras coisas descobriu ele:
a) que os corpos
celestes não se movem todos em torno do mesmo centro.
b) que a Terra não é o
centro do universo e sim apenas o centro da órbita lunar.
c) que o Sol é o
centro do sistema planetário. d) que a Terra tem o movimento de rotação em
torno de seu próprio eixo, etc.
Essas ideias foram a base para que outros como Tycho
Brahe e Johannes Kepler, nascidos respectivamente em 1546 e 1571 também seguissem
pelo mesmo caminho. Tycho foi um gigante da observação metódica e fez anotações
minuciosas e valiosíssimas dos movimentos dos astros, como cálculos dos ângulos
no horizonte e distâncias médias relativas.
Kepler aproveitou a grande quantidade de informações
de Tycho, pois a este, a par de seus profundos estudos, lhe faltou a imaginação
para compreender o verdadeiro significado da astronomia. Kepler lidava apenas
com grosseiros instrumentos de medição, mas tinha intuição de gênio e ficou
sobrepujado pela riqueza e precisão das observações de Tycho. Este havia
amontoado um tesouro de dados como ninguém antes, mas estava velho e
faltava-lhe a ousadia de construir, através da imaginação, o novo modelo do
universo. As leis do universo estavam lá, nas suas planilhas, mas por demais
profundamente ocultas, para que ele as pudesse decifrar. Mas foi só
gradativamente, passo a passo, que Tycho repassou seus valiosos dados a Kepler,
o único capaz de dar forma adequada àquelas infinitas anotações. A ligação
entre estes dois durou 18 meses. Tycho com 53 anos e Kepler com 29 anos.
Kepler estabeleceu-se em Praga como matemático
imperial de 1601 a 1612. Foi o período mais produtivo de sua vida, e lhe
proporcionou a distinção sem par de fundar duas novas ciências: a ótica
instrumental e a astronomia física. Publicou sua “Nova Astronomia” em 1609 onde
aparecem as 2 primeiras leis planetárias das 3 que descobriu:
1) os planetas
giram em torno do Sol, não em círculos, mas em órbitas elípticas,
2) que a o
planeta cobre com sua órbita áreas iguais em tempos iguais.
Em 1564 nasce Galileu, fundador da moderna ciência
dinâmica o que o situa entre os homens que estruturaram o destino humano. Ele
forneceu o indispensável complemento às leis de kepler para o universo de
Newton que sentenciou: “se pude enxergar mais longe foi porque me apoiei em
ombros de gigantes”, e estes foram, principalmente, Kepler, Galileu e
Descartes.
A igreja permitia que as teorias várias, contrárias aos
textos sagrados, fossem debatidas, mas não as permitia serem tomadas como
verdadeiras, por isso os estudiosos eram cautelosos em tornar público seus
descobrimentos. Ora, Galileu utilizando seus aperfeiçoamentos do telescópio,
tinha as provas sobre o movimento dos astros e insurgiu-se contra o fato disso
não ser tomado como uma verdade. Ele sofre
a primeira denúncia ao santo ofício em 1614. Livra-se do processo, movido pelos
mais fanáticos em 1616, sendo proibido de proclamar suas ideias. Mas em 1632 sofre
nova denúncia por desobediência às sanções, e aí foi lhe imposta a abjuração
das suas ideias. Falece no mesmo ano de nascimento de Isaac Newton em 1642.
Este célebre senhor britânico, no meio de um
emaranhado de teorias e dados consegue formular a lei da gravitação universal
conjuntamente com suas três leis, que fundamentaram a mecânica clássica. E,
claro não podemos deixar de assinalar os efeitos dos estudos e postulados de
René Descartes, filósofo, físico e matemático francês, nascido em 1596.
Podemos dizer que estes cinco pesquisadores
colaboraram para devolver ao homem a sua razão e independência, subtraída até
então por uma fanática religiosidade que o escravizava e tolhia mentalmente. Suas
ideias tiveram seus bons frutos no tempo, mas fazendo o ser humano desacreditar
num deus onipotente, infelizmente, o fez cativo da falsa impressão de que deve
viver somente para a matéria. Felizmente esse falso conceito sofre um choque
devastador com as ideias, novamente libertadoras, de Luiz de Mattos ao
codificar o Racionalismo Cristão. Analisando bem, nos parece que o progresso
humano tem-se feito em uma senoide, ou onda, onde ora se contempla o
conhecimento material ora o espiritual e que, sem ambos nos devidos patamares
máximos, não se alcança o tão sonhado equilíbrio.
Qual será nosso próximo passo? Uma coisa é certa: na
imensidão desta galáxia rolam mundos, alocados hierarquicamente na concentricidade
das zonas escola, densa, opaca, intermédia, Diáfana e de Luz Puríssima, esta a
meu ver ocupando o centro físico, organizador e administrador da nossa Via
Láctea.
Agroglifo encontrado em Milk Hill em 12/08/2001 na Inglaterra |
Será, repito, será que os sinais nas plantações de grãos da Europa,
chamados de círculos ingleses ou agroglifos, não estarão a nos dar uma pista, nos
mostrando a real existência de mundos tão longínquos que nosso melhor telescópio
não alcança, mas visíveis pela nossa inteligência, conhecimento, sabedoria,
espiritualidade e intuição?
O Homem e o Universo
Por Carlos Alberto Yates